Cirurgia de cranioestenose – limite de idade?

Cirurgia de cranioestenose – limite de idade?

Existe um limite de idade para operar cranioestenose? Se você já escutou isso e está preocupado com a idade do seu filho para cirurgia leia este texto.

Qual a idade certa para realizar a cirurgia de cranioestenose?

A cirurgia para correção de uma cranioestenose pode ser realizada em qualquer idade!

A questão é que em cada idade o neurocirurgião pediátrico tem que escolher uma determinada técnica mais adequada para criança. O motivo é que quanto mais o tempo passa, mais o crânio deforma em decorrência da cranioestenose, ou seja, mais ele “entorta”. Sendo assim, a técnica precisa contemplar a correção dessas deformidades. 

Independente da técnica, quanto mais novo em geral melhor. O primeiro ano de vida costuma ser o período mais favorável para cirurgias, pelos seguintes motivos:

1- Nessa fase o crânio é mais mole e mais fácil de ser modelado – o cirurgião pode remodelar o desenho de um crânio deformado mais facilmente.

2-No primeiro ano é uma das fases de maior crescimento e expansão cerebral – então é nessa fase que convém que ele esteja livre para crescer e se desenvolver conforme sua necessidade.

3-Os defeitos cranianos (ranhuras/espaços) causados pelos diversos cortes do osso fecharão muito mais facilmente sozinhos em crianças menores.

4-Quanto mais uma criança crescer com uma sutura fechada, mais as outras áreas do crânio vão se deformar – em uma criança maior ou um adulto será muito mais difícil mudar o formato de várias áreas do crânio e a cirurgia será maior e mais traumática.

5- A criança pequena quando mais velha não se lembrará da cirurgia.

E quais são os fatores contra de operar cedo?

1. Crianças menores toleram menos os sangramentos da cirurgia – necessitam frequentemente de transfusões e são mais propensas a terem quedas de pressão devido aos sangramentos.

2. Crianças menores tem um risco maior de infecções por seu sistema imune não estar completamente maduro.

3. Crianças menores tem maior propensão a terem complicações durante a cirurgia/anestesia como hipotermia – obviamente o anestesista e o cirurgião tentam minimizar estes riscos, mas eles existem.

De uma forma geral, é necessário avaliar cada paciente e cada deformidade craniana isoladamente e determinar o melhor período e técnica a ser utilizada conforme cada caso. Em geral não operamos cranioestenoses em crianças menores de 3 meses. Vale lembrar que seu neurocirurgião pediátrico pode muitas vezes trabalhar em conjunto com outros profissionais cirurgiões quando a cirurgia inclui grande deformidade estética, tais como cirurgiões plásticos e cirurgiões crânio-faciais. Também é importante que os pais saibam que determinadas cranioestenoses podem ser corrigidas em várias etapas e necessitar de mais de uma cirurgia.

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2242 1183 Raquel